sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Arte X Linguagem

Tenho para mim que: se ARTE é linguagem, deve ser um texto intraduzível.

 Só quem faz sabe como, ao término de um objeto, sofre.

- É arte?
- Não é arte.
- É, pode ser.

Seria mais fácil em outros tempos. De posse da técnica, terminou o trabalho, se dentro de certos parâmetros. Aprovado.

Hoje, apesar da árdua luta travada pelos Artistas de outros tempos, para nos liberar de certas imposições, ainda precisamos ter peito para ir contra certos parâmetros pós - modernos. E ai ficamos sem base.

E querem passar como Arte o que arte nenhuma é. Ou tomar o fazer  e desfazer, ou fazer de conta que diz, sem dizer coisa alguma. Aproveita da ignorância de muitos para passar por algo que absolutamente não é e, "junta um texto, fora do contexto, para servir de pretexto"( Thindé Silva)  para qualquer coisa. Ótimo se isso fosse franqueado a todos. Nem sempre é assim.

Como texto a obra de arte, na sua completude, na totalidade, pareçe ser incomunicável. Só lemos a obra  parcialmente e cada trecho, no mais das vezes, são trechos de outros que viu ou leu algo, que não é meu, não do Autor.

Aquele que compreende a escrita da Arte, que a descifra, após longo e arduo labor. Faz arte. Nesse ou em qual quer tempo, passado ou futuro.

Faz os Bisões nas cavernas espanholas, bolero, cobre os tetos de arabescos, faz Guernica, faz o Manto Tupinabá, Akira, Matrix, Upanishad, os Guerreiros de Terracota chineses, Vitória de Samostrácia, Mona Lisa, as Cerâmicas de Santárem, as figuras do agreste pernambucano, a Capela Sistina, o Davi, Ovos Fabergé, Dior, Versace, o Taj Mahal, as Pontas em Silex, as roupas rotas pelas traças, o Tatoo, o Ciúme, os infindáveis afrescos esquecidos nas selvas, as ânforas, os objetos Campana, o Partenon, Brasília, o Domo de Florença, os Nênufar impressionista,os mármore enterrados, os bronzes submersos, o Beijo, A morte do cisne, o Fauno, Sonho de uma noite de verão, As quatros estações, Sunshine Melody, A pedra, Capitães de Areia....  e Ele fez e continuará fazendo.... A lista não acaba nunca. O Homem não acaba.

Se é um texto é uma sentença breve, tem três linhas ...Indecifráveis.

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